Hoje é o primeiro dia dos pais do Joni. Começou bem clichê, comigo colocando a sacola do presente na mão da Laura e segurando ela pra acordar o papai, que abriu os olhos e viu aquela menininha linda sorrindo pra ele e segurando uma sacola de presente. Eles brincaram na cama, se abraçaram, se beijaram, na maior alegria, mesmo tendo sido acordados cedo por mim! kkkkkk
Era por volta de 7h30 e Laura logo mamou e voltou a dormir. Aproveitei e fui para a segunda parte da comemoração: preparar um café da manhã caprichado pro Joni, com direito a três tipos de bolo, chá, leite, frutas, etc… Dei um abraço de parabéns e comemos enquanto Laura dormia.
Mais cedo, eu havia perguntado e ele me disse que ser pai para ele é uma aventura, uma aventura boa. Pra mim também tem sido uma aventura bem divertida e cheia de aprendizado, com muito esforço e cansaço, mas muito gratificante.
Eu digo que este é o primeiro dia dos pais do Joni porque ano ano passado, eu já estava no terceiro mês de gestação, mas não teve comemoração nenhuma. Pouca gente sabia. Ficamos nos esforçando pra lembrar se havíamos feito alguma coisa naquele dia e o Facebook me mostrou que a gente foi passear no Parque Tia Nair, no final de tarde, com minha sobrinha Raquel. Eu até postei uma foto, mas ninguém nem percebeu que eu estava grávida, apesar de já estar mais gordinha.
Mesmo participando comigo dos cursos e oficinas para casais grávidos, até poucos dias antes da Laura nascer, Joni ainda proferia frases que demonstravam que ele não queria ser pai, o que me deixava muito triste porque eu já havia decidido assumir a maternidade, do jeito que fosse.
Tudo mudou no dia em que a Laura nasceu. O Joni estava em Guarantã do Norte, a cerca de 700 km de Cuiabá, trabalhando. Desde o momento em que a bolsa rompeu até pouco tempo antes do parto, ficamos em constante contato, pra saber se ele conseguiria chegar ou não. Acabou não dando certo. Ele chegou algumas horas depois do nascimento. Depois ele me contou que ficou com vontade de chorar na hora que percebeu que não daria tempo de chegar. Eu nunca vi o Joni chorar.
Nos primeiros dias, ele foi um pai dedicado. Lavava as roupinhas da Laura antes de ir para o trabalho, deixava comida pronta para mim. Ele não tirou férias para poder ficar comigo e com a bebê exatamente por conta da falta de interesse anterior ao nascimento… Eu fiquei triste, mas não reclamei porque ambos estavam desanimados antes dela chegar. Pra confessar, fiquei com um pouco de raiva sim, porque ele poderia tirar as férias não para ser pai, mas para ser marido. Afinal de contas, o puerpério é uma fase punk! Eu precisava de ajuda.
Mas em relação à Laura, eu não tenho muito do que reclamar. Joni tem sido um pai amoroso e divertido, que ajuda Laura a se desenvolver, dando carinho e estímulos para ela.
Ensinando Laura a sentar 
Na palestra sobre educação não violenta 
Ensinando Laura a falar
Digo que não tenho muito do que reclamar porque sou muito exigente. Por mim, ele faria muito mais coisas. Não gosto, por exemplo, que ele passe tempo vendo vídeos, filmes e séries, enquanto poderia estar brincando com a bebê. Também fico indignada com o fato dele não saber cuidar dela da forma como eu cuido. Mas que pai é que cuida dos filhos com o mesmo zelo que a mãe, não é mesmo? Acho que às vezes exagero na cobrança. Mas é porque eu me cobro muito também. Faz parte da vida de mãe querer tudo perfeito, eu acho.
Tem toda uma cultura patriarcal por trás de nossas histórias, dizendo que as mulheres é que têm que dar o carinho, a educação; e o pai tem que ser o provedor. Por mais que o homem queira não ser machista, ele é, em alguma medida. Eu fico com raiva, mas consigo entender. Também quero ajudar a mudar.
Mas o fato é que a Laura adora o pai dela! Dos 5 meses pra cá, ela tem demonstrado uma personalidade muito forte e também suas preferências, suas vontades. E é inegável que ela já sabe quem é o pai dela e que ela o ama muito!!! Antes de dormir, ela mama deitada com a gente, na cama. Ela mama, larga o peito e vira para o pai, passando a mão no rosto dele, dando tapinhas, balbuciando, fazendo ele acordar pra brincar com ela. O primeiro sorriso da Laura foi para o pai dela!!!
Agora na introdução alimentar, ela costuma chorar quando não quer comer. Mas só quando estamos só eu e ela. Quando o pai está junto, é uma festa!
Neste mês, Joni viajou por uma semana a trabalho. Quando ele voltou, Laura ficou pulando de alegria no meu colo e ficou se lançando para os braços do pai.
O dia começou clichê e depois passou a ser um dia normal. Com as coisas da casa a fazer. Joni fazendo as tarefas que eu delegava a ele, como me ajudar a dar papinha pra Laura e limpar a bagunça depois. Ele querendo ver vídeos e Laura querendo brincar. Eu reclamando que ela precisa de colo e que ela chora se não ter o que quer e ele não. A gente comemorando os primeiros engatinhados curtos dela como se o Brasil tivesse ganhado a Copa do Mundo…kkkkk
Mas em meio a essa rotina doida de família, que mistura cansaço, risos, reclamações, troca de cobranças, preguiça, abraços, colo, cama, sujeira, bagunça, eu sei que tem muito amor entre nós três. A Laura mostra que gosta de ver nós dois juntos, em volta dela. E isso me faz perceber que a família é realmente muito importante! Por isso, temos que comemorar esta data e todos os dias que enfrentamos para nos manter unidos.
No ano passado, o Joni não comemorou o dia dos pais. Hoje, ele comemorou e sei que ainda vai ter muito mais o que comemorar pela frente. A vida não é perfeita, nenhuma família é perfeita. Nas conversas com amigas e mães de primeira viagem, ouço as mesmas reclamações em relação aos maridos. Eu ouvia diversas reclamações da minha mãe em relação ao meu pai. Mas uma coisa ela nunca negou: meu pai sempre foi o melhor pai para os seus filhos. Eu estou vivendo isso agora e quero agradecer por ter dado a Laura o melhor pai que ela poderá ter no mundo.
Tenho certeza que ela mesma vai dizer isso, no próximo dia dos pais.
Parabéns, Jonison! Parabéns, pai! Parabéns a todos os papais!!!
Minha filha, minha mãe 