Ontem eu contei aqui no blog como são as dificuldades de viajar sozinha com a Laura, de 8 meses, de ônibus de um estado para outro. Também fiquei de voltar para relatar como tem sido nossa estadia em outra cidade – Barretos (SP), onde meus pais, minha irmã caçula e meu sobrinho moram – e como isso tem afetado o desenvolvimento da Laura. Pois bem, cá estamos para essa conversa!
Bom, pra começo, quero deixar avisado que Laura está atravessando um salto de desenvolvimento, com diversos aprendizados um atrás do outro, como bater palminhas, deixar de se arrastar e passar a engatinhar, balbuciar novos fonemas, sentar e levantar se segurando nos objetos. Tudo isso de um mês pra cá. Além disso, ela também está na fase da angústia da separação, ou seja, ela está extremamente apegada a mim, chora, grita, soluça por colo, prefere ficar nos meus braços do que nos de qualquer outra pessoa porque já identificou que eu e ela somos pessoas diferentes e que, ocasionalmente, eu poderei não estar ao lado dela e isso a incomoda.
Dito isso, fica claro que o desenvolvimento físico, cognitivo e emocional da minha filha está dentro do esperado e até um pouco avançado para a idade dela, o que eu constato todos os meses nas consultas com o pediatra e também no aplicativo Kinedu, que oferece atividades baseadas em estudos científicos.
Só que, aqui em Barretos, houve um salto qualitativo enorme em todas as habilidades da minha filhotinha e ela aprendeu novas habilidades com outras pessoas, o que foge da rotina, já que a maioria dos estímulos que ela recebe partem de mim.
Exemplos:
– Com o primo José Fernando, de 4 anos, ela passou a engatinhar com mais agilidade; porque ele engatinha com ela.
– Na primeira vez que viu o Pixinguinha/Ximbinha, cachorro de estimação da família, ela já ficou eufórica e passou a chamá-lo de “Dudu”, “Bilu”, “dudubilu”, “Bilu Bilu” e diversas outras combinações com essas sílabas, ou seja, deu para perceber uma lógica no desenvolvimento linguístico dela, que está começando a dar nomes ao que ela conhece.

– Laura teve contato com outro homem, meu pai, e, aos poucos, foi deixando de estranhar a figura masculina e passou a aceitar o colo dele e passar as mãos no rosto do avô, como ela faz com o pai. Em casa, ela só tem contato com o Joni e com meu irmão, Mauro, uma vez por mês, e ela sempre o estranha e chora no colo dele.
– Teve um dia que Laura saiu do sofá e engatinhou até a estante, pegou o tamborzinho de brinquedo e começou a batucar com as mãos, o que significa que ela já sabe o que é aquilo e para que serve.
– Nessa semana, ela viu alguns animais pela primeira vez, como galinhas, cavalos, porco.
– Laura também está tendo muito mais contato com a flora. Só na casa dos meus pais, tem pé de acerola, goiaba, jabuticaba e aroeira, sem contar as plantas dos vasos: babosa, arruda, hortelã. Além disso, no final da rua tem um pomar, com amoreiras, goiabeira, aceroleira, jaqueira, gravioleira, limoeiro, etc… Após o pomar, temos a paisagem de uma pequena mata ciliar e, mais ao longe, um vasto canavial. Laura nunca teve contato com tanto verde na vida dela e já pôde desfrutar os sabores de algumas frutas vindas direto do pé, os galhos e folhas encostando no rosto, o frescor do vento e da sombra das árvores… Muitas sensações novas.
– Com tanta gente em casa o tempo todo, Laura está “conversando”, tagarelando sem parar. Dá para perceber pela entonação dela, pela gesticulação e pelo olhar direcionado que ela realmente está se comunicando conosco, respondendo as nossas falas, só que na língua de bebê.
– Eu já fazia o sinal de “vem” com as mãos para a Laura em casa, e ela me atendia, vindo na minha direção. Mas, aqui na casa dos meus pais, minha mãe a ensinou a ela mesma fazer esse gesto e também chamar os outros. É tão bonitinho ver aquela mãozinha tão pequenina gesticular!!!
– Além de fazer sinal de vem com as mãozinhas, minha filha linda também grita “ow” ou “eu” quando quer chamar alguém. Quando quer chamar a gatinha Rosália, ela aprendeu comigo a fazer estalinhos com a língua.
– Laura apresenta novos reflexos, como se agarrar na gente e escalar nosso peito de forma frenética, na tentativa de fugir e se esconder de algo que a assusta, como o barulho do patinete do José se aproximando.
– Ela está mostrando que não tem sangue de barata e vai ser do tipo que sabe se defender sozinha ao partir pra cima do primo dela, gritando e o mordendo, quando ele enche a paciência dela. Kkkkkk
– Laura está tão forte fisicamente e já demonstra tanta empolgação que ela já foi capaz de sustentar o peso do próprio corpo duas vezes: uma na caixa d’água, enquanto tomava banho, quando viu o Pixinguinha e grudou as mãos na beirada e escalou com os pés na parte interna da caixa (ela pulou do colo da tia dela, Jéssica) e outra quando estava em cima da cama e, pela janela, viu minha mãe do lado de fora e também se segurou na janela e escalou a parede com os pés.
– Laura está tão sociável e gostando tanto da comida da vovó, que está aceitando receber comidinha na boca, sem querer tomar a colher da nossa mão.
– Mesmo com a angústia da separação, ela passa bons momentos sem minha presença, seja com a vovó, a titia, o primo e até com o avô. Só quando eu apareço que ela se dá conta de que prefere ficar comigo. Pra mim tem sido bom e produtivo: já fiz a barra de crochê em cinco fraldas de pano e estou lendo um livro.

– Quando o José chega da creche, a tarde, Laura abre um sorriso enorme, dá risadinhas, passa as mãos no rosto do primo, sacode as perninhas de tanta felicidade! Ela ama demais esse primo e brincar com ele.

Mano do céu! É tanto aprendizado novo, tanta evolução dessa menina que nem sei se coloquei tudo nessa lista! Rsrs… Estou extremamente orgulhosa da minha filha e feliz e satisfeita por ter vindo passar esses dias aqui. Gente, tudo isso aconteceu em apenas uma semana!!!
É inacreditável como um bebê se desenvolve tão rápido! E sem ir para creche, só com o convívio familiar.
Olha, depois de tudo isso, nem ligo para o sufoco que passei até chegar aqui. Se você também mora longe dos seus parentes queridos, vale muito a pena viajar para dar ao seu bebê a oportunidade de criar novos laços afetivos e sair do mundinho que é nossa casa.
Sei que Laura não vai se lembrar da vivência dela na casa dos avós, mas tenho certeza de que cada nova interação, sensação, visão, cheiro, gosto, cada novidade está fazendo o cérebro dela se expandir por meio de sinapses, conexões, favorecendo o processo de humanização.
Isso mesmo! Porque nós nascemos bichos e vamos nos tornando humanos conforme vamos interagindo com outros seres humanos. E minha bichinha Laura já está muito humana! E é por isso que já afirmei logo no título: viajar faz bem para o desenvolvimento do bebê! Na verdade, faz bem para o desenvolvimento em qualquer idade.
E você? Já levou seu/sua filho/a pra interagir com outros membros da família, com amiguinhos no parquinho, em novos ambientes? Percebeu mudanças no pequeno/a? Me conta, por favor!
Ainda estou devendo falar como foi nossa curtíssima viagem para Tangará da Serra. Fica pra próxima. Até lá!