Laurinha começou a frequentar a creche nesta segunda-feira (3). Conseguimos vaga numa creche municipal, o que é muito bom porque a educação, a alimentação, o espaço físico são de boa qualidade e as profissionais são preparadas. Desde quando Laura estava com 8 meses, eu comecei a visitar várias creches particulares e municipais e a conversar com várias mães para formar uma opinião sobre o que seria melhor. Eu me apaixonei por algumas instituições de ensino, mas elas eram muito caras para a minha realidade. Comparei e cheguei a conclusão de que a creche pública não perde muito para essas outras, não.
Quando abriu a matrícula web, fiquei numa expectativa muito grande. Queria que Laura entrasse na creche pra eu poder me dedicar a procurar um emprego, ter tempo para estudar pra concurso, cuidar da casa, enfim. Quando saiu o resultado, não conseguimos por duas vagas. Fiquei esperançosa de sobrar vaga, o que acabou acontecendo.
Um dia antes de sair a segunda chamada, meu marido, Laura e eu fomos conhecer a unidade e achamos o local bacana e as pessoas atenciosas. No dia seguinte, saiu o resultado positivo e voltei lá com Laura para efetivar a matrícula. Aproveitei para conversar mais com a diretora, a coordenadora e outras funcionárias, todas bem prestativas. A Laura já conheceu um amiguinho de turma e ficou interagindo… No mesmo dia, fui com Laura e minha irmã comprar os materiais solicitados naquela euforia de mãe de primeira viagem (kkkkk).

Foi uma experiência gostosa, eu estava bem empolgada e querendo escolher tudo do bom e do melhor, mas sem gastar muito. Até comprei linha e agulha de ponto cruz, assisti uns vídeos no YouTube e reaprendi a técnica de bordado para inserir o nome da Laura na toalha de banho rosa bebê. Como não tenho muita habilidade e tempo, até hoje não terminei (rsrs).
Na quinta-feira (30), a Laura completou 1 ano. Passamos praticamente o final de semana todo comemorando de várias formas, aproveitando em família, já que não iríamos mais passar o tempo todo juntas. Domingo a noite, foi hora de organizar a mochila da Laura e aquela ansiedade já começou a bater.
Segunda-feira (3), acordei 5:30 para terminar de aprontar tudo. O Joni iria viajar a trabalho, mas antes nos acompanharia no grande dia da nossa bebê iniciar essa nova etapa em sua vida.
Troquei a roupa da Laura com ela dormindo, tadinha. Ela acordou de verdade quando chegamos lá. A diretora, a coordenadora e algumas professoras estavam recepcionando pais e alunos, pegando informações sobre quem iria buscar, etc. Em seguida, fomos até a sala do maternal.

É uma turma grande, com 30 crianças pequenas, na faixa de 1 ano de idade. Como todos são novatos, estava uma choradeira. Crianças desesperadas, tentando fugir da sala engatinhando ou andando, um menininho loirinho estendeu os braços pro Joni, pedindo ajuda. Somente um bebê estava dormindo no colchão e uma menina estava quieta.
Os pais entravam apenas para deixar a mochila no canto e apresentar a criança à professora. Eram duas, se não me engano. Segundo a diretora, amanhã chegarão mais duas, sendo que a turma deve ter cinco professoras.
O clima estava perturbador. Eu estou acostumada a fazer de tudo para não deixar Laura chorando. Coloquei ela no chão e a professora logo deu uma bolinha pra ela. Minha filha ficou olhando a sua volta, tentando entender o que estava acontecendo, por que aquelas crianças estavam chorando e, ao mesmo tempo, indo atrás da bolinha.
Eu fiquei tentando chamar a atenção dela para dar tchau, mas a gritaria era tanta que ela nem escutou e ficou olhando pro outro lado. O Joni me chamou pra ir logo embora para não atrapalhar as professoras, que tentavam segurar os fugitivos. Deixei a sala chateada por não me despedir direito da Laura, apesar que no trajeto eu fui explicando pra ela como seria daqui pra frente.
Quando saí da sala do maternal, comecei a chorar, caí aos prantos e já fui entrando no carro para ir embora. Quando chegou na outra esquina, percebi que nem havia tirado algumas dúvidas e pedi pro Joni me deixar lá de novo.
Eu sentei e me acalmei. Fui conversar com a diretora sobre o período de adaptação, se eu poderia buscar Laura mais cedo e ela disse que não porque é na primeira semana que eles precisam se adaptar a nova realidade. A diretora percebeu meu desespero e falou para eu não chorar. Foi aí que eu caí nas lágrimas novamente. Acho que ela ficou com pena e falou que se eu não conseguisse esperar, poderia ir uma hora mais cedo para buscar a Laura. Ela tentou me tranquilizar, afirmando que minha filha seria bem cuidada. Eu respondi que sabia disso, mas mesmo assim o coração doía. Segundo ela, várias mães saem de lá chorando no início do ano letivo, mas depois tanto mãe quanto criança se acostumam.
Eu saí de lá pedindo a Deus para cuidar da minha filha e dos novos coleguinhas dela. Sorte que eu tinha um monte de coisa pra fazer. De lá mesmo já fui resolver tudo e só voltei pra casa já 12:30. Mas o tempo todo pensando nela.
A tarde eu almocei, tomei banho, descansei. Depois limpei a casa caprichadamente, jogando água em todo canto, aproveitando que estava sozinha. Acabou que nem deu tempo de ir buscar a Laura mais cedo, fui no horário normal.
Chegando lá, ela estava dormindo. A professora disse que ela brincou, comeu, se comportou bem. A coordenadora, que passou o dia ajudando a cuidar dessa turma, me contou que a Laura chorou um pouco por ver as demais criancinhas chorando, mas que ela brincou e foi bem para o primeiro dia. Eu comentei que o fato dela ter ficado dois meses com cuidadora deve ter contribuído para não sentir tanto a minha falta. Mas eu estava preocupada porque na creche são muitas crianças e muitas professoras. Na cuidadora, ela recebia um cuidado exclusivo.
Saindo no pátio, Laura acordou. Ficou olhando pra um lado e pro outro… querendo saber onde estava. Chamei seu nome e ela olhou pra mim, abrindo um sorriso sonolento e gostoso. Já foi logo pedindo peito e eu sentei para amamentá-la, já que o peito estava bem cheio. Ela mamou olhando não para mim, mas para a parede onde havia colagens de passarinhos, flores e uma mensagem de boas vindas.

Eu fiquei conversando e explicando pra Laura que lá era a creche, perguntando se ela estava bem, se havia gostado. Deixei ela passar a mão nos desenhos da parede… Uma outra mãe chegou apressada, com uniforme do trabalho. Por um segundo, trocamos um olhar que revelou muita coisa, que o sentimento dela era o mesmo do meu. Quando saiu de dentro do prédio, ela estava com uma menina, do Jardim, e um menino, do Maternal. Ela também sentou para amamentar e ficou perguntando para a filha mais velha como fora aquele dia.
Depois de mamar e interagir com os desenhos, Laura ficou mais serelepe. Coloquei-a na motoquinha e ela começou a dar tchau e a mandar beijo para a creche! Também ficou apontando para o parquinho. Ela estava tão alegre que ficou em pé na motoca!!!
Nós fomos para casa na maior alegria. Laura não podia ver um pássaro, um cachorro, que ficava apontando e tagarelando. Fui cantando pra ela e conversando o tempo todo. Chegando em casa, ela brincou ainda mais com os brinquedos, vasculhou os livros da sala, conversou por vídeo chamada com a vovó, conversou por telefone com o papai, mamou…
Ela ainda jantou comigo e brincou mais, antes de tomar banho, mamar um pouquinho e capotar de sono. A conclusão que eu cheguei é de que se ela está tão contente é porque teve um dia bom. Se algo ruim tivesse acontecido, certamente ela teria um comportamento diferente.
Quero observar bem esta semana para apreender o jeito da creche. Hoje, por exemplo, eu fiquei encafifada com o fato de não terem escrito nada na agenda (imagino que seja pela correria do primeiro dia), só terem usado uma fralda (talvez porque Laura não tem feito muito xixi), não terem mandado o copo dela beber água (minha mãe -que já trabalhou em creche – disse que é normal, que o copo fica lá), não terem dado a fórmula que eu mandei na mochila (a diretora avisou que só liberaria se Laura tivesse dificuldade para dormir). São coisas que meio que já tenho resposta, mas não estou acostumada.
E você, já passou pela experiência de levar o baby para o primeiro dia na creche? Seu coração também ficou apertado? Como foi o processo de escolha e adaptação? Me conta pra eu não me achar tão estranha! Kkkkk Quero saber se aí também está passando um turbilhão de sentimentos contrários entre si (orgulho do pequeno, tristeza pela separação, certeza de que será bom para o desenvolvimento, dor por não poder ficar mais tempo com o filhote…). Eu imagino que apesar de tudo, você também se surpreendeu com a sua cria mostrando que é capaz de enfrentar desafios, não é mesmo?!