Mães possíveis: através do autoconhecimento, autocuidado e da educação positiva, psicóloga ajuda mulheres a lidarem com os desafios da maternidade

Como suas próprias filhas – Amanda e Fernanda – descreveram em uma carta divulgada em homenagem ao dia das mães, a história da psicóloga parental Gina Coelho com a maternidade começou em 1.992, bem antes dela se tornar psicóloga, quando ainda adolescente, engravidou, casou e iniciou sua família. Com seu intuito de mãe, criou as filhas “com muito afeto, diálogo, respeito e pertencimento”. Passou por diversas dificuldades na vida, se divorciou, viu as filhas crescerem e trilharem seus próprios caminhos. Chegou a ter depressão. Porém, ao se tornar avó, aos 42 anos, percebeu que “sua linda família feliz tinha dado certo sim, mesmo que em outra configuração” e que “ela era suficiente como era e se bastava para ser feliz”, conforme as palavras das filhas.

Psicóloga clínica, educadora parental certificada pela PDA (Positive Discipline Association), pós-graduanda em Neurociência e Comportamento pela PUC-RS, há pouco mais de 2 anos, Gina Coelho decidiu compartilhar seu conhecimento e experiência e criou o grupo “A Roda de Mães”, no qual busca divulgar informações sobre a disciplina positiva e ajudar várias mães a serem as “mães possíveis”, ou seja, mães que cuidam de seus filhos com muito amor e com limites, buscando se livrar da famosa “culpa materna”, entendendo de cada realidade é única e que tudo bem se todas as expectativas em relação à maternidade e aos filhos não se concretizarem 100%.

Psicóloga Gina Coelho

“O que me estimula a seguir nessa linha de atender e ajudar as mães é que, através da minha vivência, eu abandonei muito a Gina pessoa, mulher, os meus objetivos, meus sonhos logo depois que eu fui mãe. Por causa da família, do relacionamento, da maternidade,  fui deixando a mulher em segundo plano e os objetivos daquela mulher. Isso me motiva a ajudar as mães a resgatarem essa mulher poque quando a gente se fasta dessa mulher, a gente se afasta do amor próprio, da percepção de que a gente pode alcançar o que a gente quer e também fica muito suscetível a atender as demandas dos outros e não atender a própria. Você passa a se sentir mal consigo mesma e, consequentemente, isso gera um monte de coisas negativas em todos os relacionamentos, você perde um pouco do seu eu, da sua identidade”, explica a psicóloga ao #MinhaFilhaMinhaMãe.

De acordo com Gina Coelho, é possível viver a maternidade com plenitude, amar os filhos, porém, tendo como prioridade você mesma. “Isso não é egoísmo. É preciso ter a consciência de que nós precisamos estar em primeiro lugar para estar bem para o outro, como diz aquele ditado: colocar a máscara primeiro em si para colocar a máscara no outro, dentro do avião”, exemplifica. “Para a  gente conquistar uma família harmoniosa, ter paciência com os filhos, a gente precisa fazer as pazes, se relacionar bem e atender as necessidades dessa mulher que veio antes da maternidade”, afirma Gina Coelho.

Ela também utiliza sua conta no Instagram para semanalmente fazer lives (muitos em parceria com outras profissionais da Psicologia) sobre temas relacionados à educação dos filhos e à maternagem. Eu assisti a uma dessas lives (que na verdade são videoaulas recheadas de muita informação de neurociência e psicologia), em que a Gina falava sobre os reflexos dos nossos traumas de infância na nossa forma de lidar com os filhos. Ela propôs um exercício de voltar ao passado e lembrar de uma situação que havia me deixado muito chateada com minha mãe e trazer isso para o presente e entender de que forma ainda me afetava. Para mim, que acho que ser mãe é uma coisa séria, que não pode ser feita de forma passiva, sem uma reflexão, sem uma consciência bem formada, essas oportunidades que a Gina Coelho nos oferece são um privilégio e uma forma de construir uma vida melhor, uma família melhor, relações melhores conosco mesmo, com os filhos, a família. E todo mundo ganha com isso!

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Essa minha percepção vai de encontro a outra motivação elencada pela Gina para atuar dentro da Psicologia Parental, que é a desconstrução do machismo estrutural, raiz de várias feridas da sociedade. “Ser uma boa mãe, a mãe ideal é uma crença que vem da nossa cultura e educação patriarcal. E quando a gente continua esse ciclo vicioso que vem de gerações em gerações, a gente perpetua o machismo dentro de casa e naturaliza o machismo em pequenas coisas. Então, nós vamos continuar plantando e colhendo frutos do machismo e o machismo faz o homem sofrer, faz a mulher sofrer, faz os filhos sofrerem. Todos nós sofremos com o machismo, não só a mulher, mas a sociedade inteira. Então uma das coisas que me move é isso: a mulher entender que ela tem um potencial que basta ela desenvolver e que pode sim se posicionar no mundo, conquistar as suas coisas, ser uma mulher forte, que a maternidade nos possibilita o resgate dessa mulher dentro da gente, uma mulher que se ama e fazer com que eu tenha atitudes e habilidades para educar tanto o menino como a menina como iguais, que nós somos seres humanos iguais e deixar de naturalizar esse machismo dentro de casa nas pequenas coisas”, pontua.

Recentemente, a psicóloga lançou em seu Instagram a “Jornada da Maternidade Possível”, em parceria com a terapeuta infantil Jamilly Escobar, que já abordou em lives temas como maternidade possível, mindfulness para libertar da culpa materna, importância de ensinar educação financeira desde a infância, organização da rotina, educar com disciplina e sem agressões, entre outros. Todas essas lives estão salvas no IGTV da Gina.

Inquieta, criativa e sempre buscando inovar em sua missão de ajudar as mães, a profissional lançou a “Mentoria Maternidade Possível”, voltado para mães que estão se sentindo esgotadas física e emocionalmente, sentindo-se incapazes de educarem seus filhos ou que não sabem lidar com o filho quando ele faz birras. Para Gina Coelho, uma mãe possível é capaz de enfrentar esses desafios sem precisar recorrer aos extremos do autoritarismo e da permissividade, também é capaz de ser mãe, sem perder a identidade enquanto mulher. “O objetivo é que as mães se libertem do conceito de ser uma mãe ideal e passem a buscar ser mães possíveis”, afirma. Para saber mais sobre a mentoria, CLIQUE AQUI.

No próximo dia 24 de julho, às 15h, Gina Coelho vai participar do encontro virtual do Grupo Supermães, do qual já falei aqui no blog (veja mais) sobre “desafios da maternidade”. Será uma oportunidade e tanto para as mães desabafarem, trocarem ideias e buscarem um pouquinho mais de conexão par seguir nessa caminhada que é a maternidade.