Por que “Minha filha, minha mãe”?

Quando pensei em criar um blog sobre maternagem (há cerca de 2 meses, mais ou menos), fiquei pensando em um nome bonito e fácil de lembrar. A maioria já estava no ar. “Minha filha, minha mãe” estava na cabeça, mas não era uma preferência. Mas, ao refletir sobre essas palavras, cheguei à conclusão de que nenhuma outra opção seria melhor para representar o que tenho vivido, desde que engravidei.

Ao nascer, minha filha Laura também se tornou minha mãe. É como se ela tivesse gerado uma nova Celly, como se eu tivesse renascido. Mais forte, mais corajosa, mais confiante, mais responsável. Com ela, eu renasço todos os dias, eu aprendo, eu descubro coisas novas, um mundo novo.

Com o nascimento dessa bebê tão linda e esperta, também nasceu em mim mais esperança na humanidade. Encontrei na minha filha, o meu abrigo nos momentos mais difíceis. Ela é minha companheira de todas as horas, minha melhor amiga, a pessoa que melhor me conhece. A conexão é grande demais entre nós duas.

Graças a ela, passei a me cuidar melhor. Ela cuida de mim, não sou só eu que cuido dela. O seu amor renova as minhas forças e me ensina e ser melhor a cada dia. Por isso e por muito mais que não sou capaz de explicar, minha filha é minha mãe.


Além deste aspecto da palavra mãe, não posso deixar de lado a minha mãe mesmo, a dona Emili, com quem tenho tantas divergências e sentimentos que gostaria de evitar. Por diversas vezes, pensei em evitá-la para evitar novas frustrações. Mas, quando estava grávida, li o livro “A maternidade e o encontro com a própria sombra”, da psicóloga argentina Laura Gutman, e entendi que precisava me livrar dessa negatividade se quisesse ter uma relação sadia com o bebê que esperava (eu não sabia o sexo da criança, só descobri quando nasceu).

Laura foi imensamente importante no processo de reaproximação com minha mãe. Antes, as conversas eram frias e automáticas. Depois, passei a buscar diálogos com mais empatia. Brigar menos, conversar mais. Entender mais. Obrigada minha filha, por me proporcionar essa renovação! O processo é árduo, mas estou no caminho. Acredito.

Meu lado materno, a mãe que tenho dentro de mim também está contida no significado do nome deste blog. Ele estava desativado ao longo da minha vida adulta. Eu não queria ser mãe e a gravidez veio de forma indesejada. Até aceitar a situação, foi uma trajetória repleta de busca pelo sentimento de amor, conhecimento, experiência e vivência.

Quando Laura começou a se mostrar um serzinho inteligente dentro da minha barriga, se mexendo pra lá e pra cá, interagindo quando eu colocava música pra tocar na barriga, foi que eu comecei a me descobrir mãe. Quando passei a imaginar situações e não pensar duas vezes em como agiria de forma enérgica para defendê-la foi que eu me dei conta de que estava nascendo em mim uma mãe.

Bom, é diante dessas reflexões sobre ser mãe e ser filha que eu apresento a vocês o meu blog “Minha filha, minha mãe”. Espero poder dividir e aprender. Espero que este seja um espaço de empatia, conexão e informação. Que seja doce essa experiência!