Eu sempre digo: ser mãe é uma aventura. O cotidiano de mãe e dona de casa é um desafio que se renova a cada dia. Mas, e quando saímos da nossa rotina, da nossa casa, do nosso conforto? É uma aventura maior ainda! Viajar com um bebê não é fácil, ainda mais de ônibus, para outro estado.
Laura e eu estamos em nossa segunda viagem interestadual. Aos 4 meses dela e, agora, aos 8, viemos para a casa dos meus pais, em Barretos (SP). Na primeira vez, viemos com minha mãe, dona Emili. Na volta da primeira viagem e na vinda desta, fomos só eu e Laura.
Viajar com minha mãe foi mais tranquilo por ter com quem revezar o trabalho, ter com quem deixar a Laura quando eu queria ir ao banheiro, revezar o colo…. Mas na primeira viagem, Laura ainda estava mais calma, dormia mais.

Agora que ela já engatinha e está balbuciando muito, ela está totalmente elétrica, agitada, o que exige mais disposição para brincar.
Na vinda, eu achei que não conseguiria sequer arrumar as malas. Meu marido estava na terceira semana seguida de trabalho em outra cidade e Laura muito apegada, chorando copiosamente quando eu a colocava no chão para fazer qualquer outra coisa, como cozinhar ou lavar a louça. Consegui arrumar a mochila e a bolsa que trouxe na noite anterior à viagem.
O dia de embarcar foi uma correria. Acordei cedo para fazer a comida pra gente almoçar antes de sair de casa, preparar uma torta salgada e frutas para comer na estrada, além de deixar a pia limpa. Laura chorava a todo momento, chegando a soluçar. Com muito custo, consegui chegar na rodoviária 10 minutos antes da partida do ônibus. Eu estava com uma mochila, a bolsa de maternidade, uma sacola com um ninho, uma sacola com comida, o bebê conforto e a Laura. Paguei pro motorista do Uber me ajudar a carregar tudo até o portão de embarque, senão, não teria dado conta.

Como a Laura não paga passagem, ela fica na mesma poltrona que eu, mas, mesmo assim, eu sempre levo o bebê conforto e torço para ninguém sentar ao meu lado. Na primeira viagem, na volta, ocorreu de uma mulher sentar ao meu lado, mas, vendo minha situação, ela sentou em outro lugar e, por sorte, fiquei tranquila com a Laura até chegar em Cuiabá. Dessa vez, não tive a mesma sorte. O ônibus veio lotado até Uberlândia e eu tive que ficar com a Laura no colo e o bebê conforto nas pernas. Foi tão desconfortável que cheguei a ter câimbras. Isso durou cerca de 12 horas, incluindo toda a madrugada!
Além disso, tive que reduzir o consumo de água para evitar ir ao banheiro. Só fiz xixi nas paradas mais longas, no horário das refeições, com a Laura presa no sling. Em 24 horas de viagem, bebi 1,5 litro de água.
Na vez que minha mãe estava conosco, eu comi nos restaurantes da estrada. Dessa vez, comi apenas a torta e as frutas que levei. Como Laura já come comidinha, ela comia comigo dentro do ônibus. Eu colocava o babador e uma fralda de pano nela para não sujar muito a roupa. Depois, eu limpava as mãozinhas dela com lenços umedecidos.


Graças a Deus, apesar de ser bastante animada, a Laura não é muito de chorar em público. Teve alguns momentos em que ela ficou enjoadinha por causa do desconforto e tal, mas não acredito que tenha causado grande incômodo aos demais passageiros. Todas as vezes que viajei com ela, o que escutei das pessoas foram elogios ao fato dela ser quietinha.
Outra coisa que me ajuda é o fato de eu não carregar muita coisa quando viajo. Como viemos para a casa da minha mãe e eu não passeio muito aqui em Barretos, só trouxe dois vestidos e um sapato para sair e dois conjuntos de roupa para usar em casa para mim. O resto era tudo da Laura e, mesmo assim, não precisei trazer muita bagagem porque minha irmã caçula, que mora com minha mãe, está grávida e a Laura está usando algumas coisas do futuro priminho (como banheira, cadeira de alimentação) e outras roupinhas velhas do José Fernando, meu sobrinho de 4 anos.
Ser básica nessas horas é uma vantagem e tanto!
Uma coisa que não muda é o medo de sequestro. Credo! Nessas viagens, eu tento dormir o mínimo possível para que Laura esteja sempre sob minha vigilância. E quando eu durmo, é grudada com ela, por cima do bebê conforto. Eu não deixo ninguém ficar com ela. Por isso, levo o sling para amarrá-la a mim quando descemos do ônibus, nas paradas.

Bom, tirando o medo de roubo e acidente e o desconforto de ficar só com uma poltrona, viajar com a Laura é uma aventura gostosa! Ela gosta de olhar pela janela a paisagem e tem sido bom para o desenvolvimento dela ter vindo para outro ambiente, ter contato com nossos familiares. Em casa, ficamos praticamente só eu e ela, já que meu marido viaja com frequência.
Sobre este desenvolvimento, falarei na próxima publicação. Por ora, o que posso dizer as mamães que querem viajar com seus bebês é que isso é bom demais, desde que seja bem planejado.
Se puder deixar alguns conselhos, são esses:
- Seja básica. Leve apenas o que for essencial. Algumas coisas você pode comprar no lugar onde vai ficar, tipo sabonete, fralda…
- Tente levar apenas bagagem de mão e, nesta, não pode faltar documentos seus e do bebê, itens para troca de fralda, manta, roupinha reserva e remedinhos para uma emergência.
- Itens de higiene que ajudam bastante são os lenços umedecidos para limpar as mãos e o trocador de fralda descartável.
- Desconfie de todo mundo, mas não tenha medo de pedir ajuda, caso haja necessidade.
- Se for viajar de ônibus, escolha sempre aquelas poltronas da frente, que tem mais espaço para as pernas.
- Curta muito a viagem com seu bebê! Ele não vai se lembrar,mas, com certeza, o vínculo afetivo entre vocês será turbinado!

Bom, meninas, se ficou alguma dúvida sobre viajar sozinha com bebê, deixem nos comentários que eu respondo. Além da viagem para São Paulo, nós também já fizemos uma viagem curta, para Tangará da Serra, onde pernoitamos em um hotel e também foi uma experiência que contarei em outra postagem.
Espero que curtam e voltem para essas outras estórias. Beijão!
Nossa! Parabéns pela coragem de enfrentar viajar só com ela. Total admiração, mãezona.
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Você também é corajosa, Anna! Foi pra mais longe ainda com Alice. Mãezona!
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