Laura completou 3 anos em 30 de janeiro de 2022 e essa data foi fundamental para o nosso processo de desmame noturno. Desde quando ela completou 2 anos eu já queria desmamar, mas fui empurrando com a barriga e não fazia algo concreto para atingir meu objetivo. Afinal, é muito cômodo, quando a criança começa a fazer birra, oferecer o peito e ver que ela se aquieta na hora ou deitar e deixar a criança mamar enquanto vocês pegam no sono juntos, sem ter que inventar muita coisa para o filho a ficar quietinho até o sono chegar.
Eu queria que Laura parasse de mamar por conta própria, mas ela nunca demonstrou interesse nisso. Muito pelo contrário, voltou a acordar de madrugada para mamar e eu estava extremamente estressada e cansada com tudo isso. O fato é que percebi que eu precisava fazer algo para que Laura conseguisse parar de mamar.

Quando começou 2022, eu falei pra Laura: “Laura, você tem um mês para parar de mamar. Você já vai completar 3 anos e já está grandinha para ficar mamando. Não é mais bebezinha, já é criancinha”. Fui trabalhando isso na mente dela. Já vinha assistindo com frequência a historinha da Teca, o livro “O mamá é da mamãe”, da Giovanna Balogh, com ilustrações da Anne Pires, o que me ajudou muito! Queria comprar o livro físico, mas como não achei em Cuiabá, adotei o vídeo que tem no Youtube.
Quem também me ajudou muito foi a Lúcia, cuidadora da Laura, que também conversava muito com ela sobre ser grandinha e deixar o peito da mamãe. Tudo bem que ela falava que tinha que deixar pro irmãozinho (e eu não quero mais ter filhos biológicos kkkk), mas a Laura foi absorvendo e pedindo cada vez menos.
Começamos pelo desmame noturno. Nas três primeiras noites em que Laura pediu pra mamar antes de dormir e eu neguei, ela chorou muito, esperneou, gritou, mas eu aguentei firme. Minha maior dificuldade sempre foi ouvir o choro da criança. Sempre acabava cedendo. Mas ela via que não ia adiantar e buscava apoio no colo do pai. Na quarta noite, ela pediu, mas não chorou. Na quinta noite, nem pediu mais. O pai viajou por duas semanas a trabalho e ela ainda chegou a fazer alguns escândalos esporádicos pelo mamá, mas depois se contentava em dormir abraçadinha comigo.



No entanto, por vezes ela acabava buscando outras coisas, enrolando para dormir. Acredito que ela fazia isso para se distrair da vontade de mamar na hora de dormir. Por exemplo: depois que a gente já estava deitada, ela ficava pedindo para comer, para beber água, para ir ao banheiro, para brincar, para ler historinha, para ver desenho. Passava uma hora depois da gente já ter deitado e eu já tinha levantado da cama várias vezes para atender as vontades dela. Ou então eu pagava no sono e ela continuava acordada.
Por vezes eu me estressava e acabava gritando com ela. Esses episódios ocorreram quando meu marido viajou por duas semanas a trabalho e eu estava esgotada da rotina de ter que acordar de madrugada para me arrumar pra ir trabalhar e deixar Laura na cuidadora, trabalhar o dia todo, chegar em casa e ter que fazer janta, brincar com Laura, dar banho, janta e ainda ter que dormir tarde.
Graças a Deus, quando o pai voltou de viagem, foi um pouco mais tranquilo, mas ela voltou a pedir para mamar, mas eu não dei. Acredito que pelo fato de ter quebrado a rotina de dormir na minha cama e voltado pro quarto dela. Isso foi outro ponto muito importante no processo de desmame! Laura começou a dormir no quarto dela do meio do ano passado para cá, mas, ainda dormia muito na minha cama. Agora, ela dorme só no quarto dela, eu deito com ela, conto historinha, fico lá até ela pegar no sono e depois vou pra minha cama.
Tirando o horário de dormir, Laura ainda estava mamando quando chegava em casa, depois da gente chegar do trabalho. E ao longo do dia nos finais de semana, mas, conforme foi parando de mamar para dormir, também foi pedindo menos para mamar nos demais horários.
Toda vez que ela pedia, eu perguntava: “Laura, quando você vai parar de mamar?”. E ela respondia: “Quando eu fizer 3 anos”. E não é que quando chegou no dia do aniversário dela, a menina não pediu para mamar?! Ficou uns dois dias sem mamar. A festinha foi num domingo (30 de janeiro).
Na terça-feira a noite, ela tropeçou e caiu, ficou chorando bastante e pediu pra mamar. Eu fiquei com dó e deixei. Ela até pegou no sono, chorando e mamando ao mesmo tempo. A queda dela foi bem na hora da live do prefeito, que eu estava acompanhando para poder escrever matéria. Corri pra socorrê-la, acalentei, dei o peito e continuei vendo a live e escrevendo matéria, sentada com ela no meu colo, mamando. De lá para cá, Laura ainda pediu para mamar algumas vezes, principalmente no final de semana. Eu cedi em umas duas vezes. A última vez que ela pediu para mamar foi há uns dois dias atrás, eu não dei. Chamei a atenção dela para brincar com alguma outra coisa. E assim vamos indo. O desmame noturno foi o primeiro passo para cada Laura mamar menos e lembrar menos de pedir o peito.

É preciso muita paciência para não ceder à pressão do choro, muito carinho, muita criatividade para chamar a atenção da criança para outras coisas, muita conversa para que ela entenda também o lado da mamãe que está cansada e que é importante para ela se desenvolver, deixar de ser bebê e virar “criancinha”, como eu falo com a Laura. Dá trabalho, leva tempo, mas estou feliz e satisfeita por não ter utilizado métodos que geralmente as pessoas dão como dicas, mas que eu não acho legal, como passar alguma coisa com sabor ruim no peito, tomar remédio para secar o leite, falar coisas irreais para a criança.
A única coisa que sinto tristeza foi de não ter feito um ensaio fotográfico amamentando a Laura quando ela era pequenininha. Foram 3 anos de muito amor através do leite materno. Muita dedicação, muito olho no olho, pele a pele, calor humano, muito aprendizado, muitos momentos bons, que vou lembrar para o resto da vida. Pra compensar um pouco, eu imprimi algumas fotos dela mamando, tiradas de celular mesmo, as quais algumas estão aqui ao longo do texto…


Mas estava querendo meu corpo de volta todo só para mim e agora acho que conseguimos dar início ao novo ciclo, com o sentimento de dever cumprido e de gratidão por ter tido a oportunidade de ter tido acesso ao conhecimento (através de cursos, palestras, bons profissionais de saúde, grupos de mães e rede de apoio) e proporcionar à Laura o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses, complementado até 1 ano e prolongado até os 3 anos. Graças a Deus e ao leite materno, ela tem uma saúde maravilhosa e tenho certeza que os reflexos disso ainda serão percebidos por muitos e muitos anos, conforme dizem vários estudos científicos.


Junto com essa ruptura física entre mãe e filha, começou o fortalecimento do laço da Laura com o pai. Ela está muito apegada a ele e, por vezes, me rejeita porque só quer fazer as coisas com ele. Dá um pouco de ciúmes, mas sei que faz parte do processo de desenvolvimento dela.
E por aí? Como foi ou como está sendo o processo de desmame? O espaço dos comentários é aberto para troca de experiência e eu vou adorar saber! Um beijo!
Querida Celly
Que benção esse processo de desmame!! Respeitoso, humano, lento, no tempo de vocês duas. Obrigada por compartilhar. Até eu já estou com saúdades do aleitamento. É muito amor envolvido. Agora esse amor seguira de outras formas. outras etapas a serem contruídas, com afeto.
PARABENS para vocês!!!
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